|
Main
- books.jibble.org
My Books
- IRC Hacks
Misc. Articles
- Meaning of Jibble
- M4 Su Doku
- Computer Scrapbooking
- Setting up Java
- Bootable Java
- Cookies in Java
- Dynamic Graphs
- Social Shakespeare
External Links
- Paul Mutton
- Jibble Photo Gallery
- Jibble Forums
- Google Landmarks
- Jibble Shop
- Free Books
- Intershot Ltd
|
books.jibble.org
Previous Page
| Next Page
Page 60
Um anno demor�ra na Corunha Manoel Botelho com a fugitiva,
alimentando-se dos recursos que sua m�e, extremosa por elle, lhe
remettia vendendo a pouco e pouco as suas joias, e privando as filhas
dos adornos proprios dos annos e da qualidade.
Seccaram-se estas fontes, e n�o restavam outras. D. Rita disse a final
ao filho que deix�ra de soccorrer Sim�o por n�o ter meios; e agora das
escassas economias que fazia, nada podia enviar-lhe, porque estava em
obriga��o de pagar os alimentos de Sim�o � pessoa que por compaix�o
lh'os d�ra em Vizeu, e lh'os estava dando no Porto. Ajuntava ella, para
consola��o do filho, que viesse elle para Villa Real, e trouxesse
comsigo a infeliz senhora; que fosse elle para casa, e a deixasse a ella
n'uma estalagem at� se lhe arranjar habita��o; que o ensejo era
opportuno, por estar na quinta de Montezellos o pae, quasi divorciado da
familia.
Voltou pelo Minho Manoel Botelho, e chegou com a dama ao Porto quinze
dias depois que Sim�o entr�ra no carcere.
J� n'outro ponto deixamos dito que nunca os dois irm�os se deram nem
estimaram; mas o infortunio de Sim�o remia as culpas do genio fatal que
o orphan�ra de pae e m�e, e s� da irm� Rita lhe deix�ra uma lembran�a
saudosa.
Foi Manoel � cad�a, e abrindo os bra�os ao irm�o, teve um glacial
acolhimento.
Perguntou-lhe Manoel a historia do seu desastre.
--Consta do processo--respondeu Sim�o.
--E tem esperan�as de liberdade?--replicou Manoel.
--N�o penso n'isso.
--Eu pouco posso offerecer-lhe, porque vou para casa for�ado pela falta
de recursos; mas, se precisa de roupa, repartirei comsigo da minha.
--N�o preciso nada. Esmolas s� as recebo d'aquella mulher.
J� Manoel tinha reparado em Marianna, e da belleza da mo�a inferira
conclus�es para formar falsos juizos.
--E quem � esta menina?--tornou Manoel.
--� um anjo... N�o lhe sei dizer mais nada.
Marianna sorriu-se, e disse:
--Sou uma criada do senhor Sim�o, e de v. s.^a
--� c� do Porto?
--N�o, meu senhor, sou dos arrabaldes de Vizeu.
--E tem feito sempre companhia a meu mano?
Sim�o atalhou assim � resposta balbuciante de Marianna:
--A sua curiosidade incommoda-me, mano Manoel.
--Cuidei que n�o era offensiva--replicou o outro, tomando o
chap�o.--Quer alguma coisa para a m�e?
--Nada.
Estando Manoel Botelho, na tarde d'esse dia, fechando as malas para
seguir jornada para Villa Real, foi visitado pelo desembargador Mour�o
Mosqueira, e pelo corregedor do crime.
--Devemos � espionagem da policia--disse o corregedor--a novidade de
estar n'esta estalagem; um filho do meu antigo amigo, condiscipulo e
collega Domingos Correia Botelho. Aqui vimos dar-lhe um abra�o, e
offerecer o nosso prestimo. Esta senhora � sua esposa?--continuou o
magistrado, reparando na a�oriana.
--N�o � minha esposa...--balbuciou Manoel--�... minha irm�.
--Sua irm�!...--disse Mosqueira--qual das tres? Ha cinco annos que as vi
em Vizeu, e grande mudan�a fez esta senhora, que n�o me recordo das suas
fei�es absolutamente coisa nenhuma! � a senhora D. Anna Amalia?
Previous Page
| Next Page
|
|