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Page 59
--� pois certo que a minha m� estrella arrasta a sua desgra�ada filha a
todos os meus abysmos! Pobre anjo de caridade, que digna tu �s do ceu!
--Que est� o senhor ahi a pr�gar?--interrompeu o ferrador--Parece que
ficou a modo de tristonho com a noticia!...
--Senhor Jo�o--tornou solemnemente o pr�so--n�o deixe aqui a sua querida
filha, Deixe-m'a v�r, traga-a comsigo uma vez a esta casa; mas n�o a
deixe c�, porque eu n�o posso tolher o destino de Marianna. Como ha de
ella viver no Porto, s�sinha, sem conhecer ninguem, bella como ella �, e
perseguida como tem de ser!?...
--Perseguida! _T� carocha_! N�o que ella � mesmo de se lhe dar de que a
persigam!... Que v�o para l�, mas que deixem as ventas em casa. Meu
amigo, as mulheres s�o como as p�ras verdes; um homem apalpa-as, e, se o
dedo acha duro, deixa-as, e n�o as come. � como �. A rapariga s�e � m�e.
Minha mulher, que Deus haja, quando eu lhe andava rentando, dei-lhe um
dia um belisc�o n'uma perna. E vai ella p�e-se direita comigo, e deu-me
dois cascudos nas trombas, que ainda agora os sinto. A Marianna!...
aquillo � da pelle de satanaz! Pergunte o senhor, se algum dia fallar
com aquelle fidalguinho Mendes de Vizeu, a tro�ada que elle levou com as
r�deas da egua, s� por lhe bolir na chinela, quando ella estava em cima
da burra!
Sim�o sorriu ao rasgado panegyrico da bravura da mo�a, e orgulhou-se
secretamente dos brandos affagos com que o ella desvel�ra em oito mezes
de quasi continuada convivencia.
--E vocemec� ha de privar-se da companhia de sua filha?--insistiu o
pr�so.
--Eu l� me arranjarei como pod�r. Tenho um cunhada velha, e levo-a para
mim para me arranjar o caldo. E v. s.^a pouco tempo aqui estar�.... O
senhor corregedor l� anda a tratar de o p�r na rua, e que o senhor s�e
c� para mim s�o favas contadas. E assim com'assim, vou dizer-lhe tudo
d'uma feita: a rapariga, se eu a n�o deixasse vir para o Porto, dava um
estoiro como uma castanha. Olhe que eu n�o sou tolo, fidalgo. Que ella
tem paix�o d'alma por v. s.^a isso � t�o certo como eu ser; Jo�o. � a
sua sina; que hei de eu fazer-lhe? Deix�l-a, que pelo senhor Sim�o n�o
lhe ha de vir mal, ou ent�o j� n�o ha honra n'este mundo.
Sim�o lan�ou-se aos bra�os do ferrador, exclamando:
--Pod�sse eu ser o marido de sua filha, meu nobre amigo!
--Qual marido!...--disse o ferrador com os olhos vidrados das primeiras
lagrimas que Sim�o lhe vira--Eu nunca me lembrei d'isso, nem ella!... Eu
sei que sou um ferrador, e ella sabe que p�de ser sua criada, e mais
nada, senhor Sim�o; mas, sabe que mais, eu n�o desejo que os meus amigos
sejam desgra�ados como havia de ser o senhor se casasse com a pobre
rapariga! N�o fallemos n'isto, que eu por milagre choro; mas quando pego
a chorar sou um chafariz... Vamos ao arranjo: a mesa deve aqui ficar; a
commoda ali; duas cadeiras d'este lado, e duas d'aquelle. A barra acol�.
O bahu debaixo da cama. A bacia e a bilha da agua sobre esta coisa, que
n�o sei como se chama. Os len�oes e o mais bragal tem-os l� a rapariga.
�manh� � que o quarto ha de ficar que nem uma capella. Olhe que a
Marianna j� me disse que comprasse duas aquellas... como se chamam
aquellas invasilhas de p�r ramos?
--Jarras.
--� como diz, duas jarras para fl�res; mas eu n�o sei onde se vende
isso. Agora vou buscar o jantar, que a mo�a ha de cuidar que me n�o
deixam sahir da cad�a. Ainda lhe n�o disse que n�o me deixaram c� entrar
hontem � tarde; mas eu, como trouxe uma cartinha de sua m�e para um
senhor desembargador, fui onde a elle, e hoje de manh� j� l� tinha na
estalagem a ordem do senhor intendente geral da policia. At� logo.
VI.
Um incidente agora me occorre, n�o muito concertado com o seguimento da
historia, mas a proposito vindo para demonstrar uma face da indole do
ex-corregedor de Vizeu, j� ent�o exonerado do cargo.
Sabido � que Manoel Botelho, o primogenito, voltando a frequentar
mathematicas em Coimbra, fugira d'ali para Hespanha com uma dama desleal
a seu marido, estudante a�oriano que cursava medicina.
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