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Page 54
--Pois bem, em quanto eu vou chamal-a, queira entrar na primeira grade �
sua m�o direita, que Thereza l� vai ter.
Avisada Thereza de que seu pae a esperava, instantaneamente a c�r sadia,
que alegrava as senhoras religiosas, se demudou na lividez costumada.
Quiz a tia, vendo-a assim, que ella n�o sahisse do seu quarto, e
encarregava-se de espa�ar a visita do pae.
--Tem de ser--disse Thereza--Eu vou, minha tia.
O pae, ao v�l-a, estremeceu e enfiou. Esperava mudan�a, mas n�o tamanha.
Pensou que a n�o conheceria, sem o prevenirem de que ia v�r sua filha.
--Como eu te encontro, Thereza!--exclamou elle commovido--Por que me n�o
disseste ha mais tempo o teu estado?
Thereza sorriu-se, e disse:
--Eu n�o estou t�o mal como as minhas amigas imaginam.
--Ter�s tu for�as para ir comigo para Vizeu?
--N�o, meu pae; n�o tenho mesmo for�as para lhe dizer em poucas palavras
que n�o torno a Vizeu.
--Porque n�o?! Se a tua saude depender d'isso!...
--A minha saude depende do contrario. Aqui viverei ou morrerei.
--N�o � tanto assim, Thereza--replicou Thadeu com simulada brandura--Se
eu entender que estes ares s�o nocivos � tua saude, has de ir, porque �
obriga��o minha conduzir e corrigir a tua m� sina.
--Est� corrigida, meu pae. A morte emenda todos os erros da vida.
--Bem sei: mas eu quero-te viva, e portanto recobra for�as para o
caminho. Logo que tiveres meio dia de jornada, ver�s como a saude volta
como por milagre.
--N�o vou, meu pae.
--N�o vaes?!--exclamou irritado o velho, lan�ando �s grades as m�os
trementes de ira.
--Separam-nos esses ferros a que meu pae se encosta, e para sempre nos
separam.
--E as leis? cuidas tu que eu n�o tenho direitos legitimos para te
obrigar a sahir do convento? N�o sabes que tens apenas dezoito annos?
--Sei que tenho dezoito annos; as leis n�o sei quaes s�o, nem me
incommoda a minha ignorancia. Se p�de ser que m�o violenta venha
arrancar-me d'aqui, conven�a-se meu pae de que essa m�o ha de encontrar
um cadaver. Depois o que quizerem de mim. Em quanto, por�m, eu pod�r
dizer que n�o vou, juro-lhe que n�o vou, meu pae.
--Sei o que �!--bramiu o velho--J� sabes que o assassino est� no Porto?
--Sei, sim, senhor.
--Ainda o dizes sem vergonha, nem horror de ti mesma! Ainda...
--Meu pae--interrompeu Thereza--n�o posso continuar a ouvil-o, porque me
sinto mal. D�-me licen�a... e vingue-se como pod�r. A minha gloria
n'este longo martyrio seria uma forca levantada a par da do assassino.
Thereza sahiu da grade, deu alguns passos na direc��o da sua cella, e
encostou-se esva�da � parede. Correram a amparal-a sua tia e criada; mas
ella, afastando-as suavemente de si, murmurou:
--N�o � preciso... Estou boa... Estes golpes d�o vida, minha tia.
E caminhou s�sinha a passos vacillantes.
Thadeu batia � porta do mosteiro com irrisorio enfurecimento pancadas,
umas ap�s outras, com grande m�do da porteira e outras madres,
espantadas do insolito desproposito.
--Que � isso, primo?--disse a prelada com severidade.
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