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Page 50
III.
E Thereza?
Perguntam a tempo, minhas senhoras, e n�o me hei de queixar se me
arguirem de a ter esquecido e sacrificado a incidentes de menos porte.
Esquecido, n�o. Muito ha que me reluz e voeja, alada como o ideal
cherubim dos santos, n'esta minha quasi escuridade[5], aquella ave do
ceu, como a pedir-me que lhe cubra de flores o rastilho de sangue que
ella deixou na terra. Mais lagrimas que sangue deixaste, � filha da
amargura! Flores s�o tuas lagrimas, e do ceu me diz se os perfumes
d'ellas n�o valem mais aos p�s do teu Deus que as preces de muita
devota, que morre canonisada, e cujo cheiro de santidade n�o passa do
olfacto hypocrita ou estupido dos mortaes.
Thereza Clementina bem a viram transportada da escadaria do templo, onde
cabira, � liteira que a conduziu ao Porto. Recobrando o alento, viu
defronte de si uma criada, que lhe dizia banaes e frias express�es de
allivio. Se alguma criada de seu pae lhe era amiga, de certo n�o
aquella, acintemente escolhida pelo velho. Nem ao menos a confian�a para
a expans�o em gritos restava � affligida menina.
Perguntava-se a si mesma Thereza se aquella horrorosa situa��o, seria um
sonho! Sentia-se de novo fallecer de for�as, e voltava � vida, sacudida
pela consciencia da sua desgra�a. Condoeu-se a criada, e incitou-a a
respirar, chorando com ella, e dizendo-lhe:
--P�de fallar, menina, que ninguem nos segue.
--Ninguem?!
--As suas primas ficaram: apenas vem os dois lacaios.
--E meu pae n�o?
--N�o, fidalga... P�de chorar e fallar � sua vontade.
--E eu vou para o Porto?
--Vamos, sim, minha senhora.
--E tu viste tudo como foi, Constan�a?
--Desgra�adamente vi....
--Como foi? conta-me tudo.
--A menina bem sabe que seu primo morreu.
--Morreu?! Vi-o cahir quasi aos meus p�s; mas....
--Morreu logo, e depois quizeram os criados, � voz de seu pae, prender o
senhor Sim�o; mas elle com outra pistola....
--E fugiu?--atalhou Thereza com vehemencia e alegria.
--A final foi elle que se deu � pris�o.
--Est� pr�so?!
E suffocada pelos solu�os, com o rosto no len�o, n�o ouvia as palavras
confortadoras de Constan�a.
Serenado algum tanto o violento accesso de gemidos e choro, Thereza
suggeriu � criada o louco plano de a deixar fugir da primeira estalagem
onde pousassem, para ella ir a Vizeu dar o ultimo adeus a Sim�o.
A criada a custo a despersuadiu do intento, pintando-lhe os novos
perigos que ia accumular � desgra�a do seu amante, e animando-a com a
esperan�a de livrar-se Sim�o do crime, com a influencia do pae, apesar
da persegui��o do fidalgo.
Calaram lentamente estas raz�es no espirito de Thereza, apesar dos
estorvos do cora��o.
Chorosa, doente, a revezes desfallecida, foi Thereza vencendo a
distancia que a separava de Monchique, onde chegou ao quinto dia de
jornada.
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