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Page 48
No dia seguinte, foi meu pae para o Porto, onde tinha muitos amigos na
Rela��o, e de l� para Lisboa[4].
Em principio de Mar�o de 1805 soube minha m�e com grande prazer que
Sim�o f�ra removido para as cad�as da Rela��o do Porto, vencendo os
grandes obstaculos que oppozera a essa mudan�a dos queixosos, que eram
Thadeu de Albuquerque, e as irm�s do morto.
Depois......�
Suspendemos aqui o extracto da carta, para n�o anticiparmos a narrativa
de successos, que importa, em respeito � arte, atar no fio cortado.
Sim�o Botelho vira imperturbavel chegar o dia do julgamento. Sentou-se
no banco dos homicidas sem patrono, nem testemunhas de defeza. �s
perguntas respondeu com o mesmo animo frio d'aquellas respostas ao
interrogatorio do juiz. Obrigado a explicar a causa do crime, deu-a com
toda a lealdade sem articular o nome de Thereza Clementina de
Albuquerque. Quando o advogado da accusa��o proferiu aquelle nome, Sim�o
Botelho ergueu-se de golpe, e exclamou:
--Que vem aqui fazer o nome de uma senhora a este antro de infamia e
sangue? Que miseravel accusador est� ahi, que n�o sabe com a confiss�o
do r�o provar a necessidade do carrasco sem enlamear a reputa��o d'uma
mulher? A minha accusa��o est� feita: eu a fiz: agora a lei que falle, e
cale-se o vill�o que n�o sabe accusar sem infamar.
O juiz imp�z-lhe silencio. Sim�o sentou-se, murmurando:
--Miseraveis todos!
Ouviu o r�o a senten�a de morte natural para sempre na forca arvorada no
local do delicto. E ao mesmo tempo sahiram d'entre a multid�o uns gritos
dilacerantes. Sim�o voltou a face para as turbas, e disse:
--Ides ter um bello espectaculo, senhores! A forca � a unica festa do
povo! Levai d'ahi essa pobre mulher que chora: essa � a creatura unica
para quem o meu supplicio n�o ser� um passatempo.
Marianna foi transportada em bra�os � sua casinha, na visinhan�a da
cad�a. Os robustos bra�os que a levaram eram os de seu pae.
Sim�o Botelho, quando, em toda a agilidade e for�a dos dezoito annos, ia
do tribunal ao carcere, ouviu algumas vozes que se alternavam d'este
modo:
--Quando vai elle a padecer?
--� bem feito! vai pagar pelos innocentes que o pae mandou enforcar.
--Queria apanhar a morgada � for�a de balas!
--N�o que estes fidalgos cuidam que n�o � mais sen�o matar!...
--Matasse elle um pobre, e tu verias como elle estava em casa!
--Tambem � verdade!
--E como elle vai de cara no ar!
--Deixa ir, que n�o tarda quem lh'a fa�a cahir ao ch�o!...
--Dizem que o carrasco j� vem pelo caminho.
--J� chegou de noite, e trazia dous cut�los n'uma coifa.
--Tu viste-o?
--N�o; mas disse a minha comadre que lh'o dissera a visinha do cunhado
da irm�, e que o carrasco est� escondido n'uma enxovia.
--Tu has de levar os teus pequenos a v�r o padecente?
--Pod�ra n�o! Estes exemplos n�o se devem perder.
--Eu c� de mim j� vi enforcar tres, que me lembre, todos por matadores.
--Por isso tu ha dois annos n�o atiraste com a vida do Amaro Lampreia a
casa do diabo!...
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