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Page 44
--Come�o por dar a v. s.^a os pezames--disse o juiz de f�ra--da desgra�a
de seu filho.
--Obrigado a v. s.^a Sei tudo. Est� instaurado o processo?
--N�o podia deixar eu de acceitar a querella.
--Se a n�o acceitasse, obrigal-o-ia eu ao cumprimento dos seus deveres.
--A situa��o do senhor Sim�o Botelho � pessima. Confessa tudo. Diz que
matou o algoz da mulher que elle amava...
--Fez muito bem--interrompeu o corregedor, soltando uma casquinada secca
e rouca.
--Perguntei-lhe se foi em defeza, e fiz-lhe signal que respondesse
affirmativamente. Respondeu que n�o; que, a defender-se, o faria com a
ponta da bota, e n�o com um tiro. Busquei todos os modos honestos de o
levar a dar algumas respostas, que denotassem allucina��o ou demencia;
elle, por�m, responde e repl�ca com tanta egualdade e presen�a de
espirito, que � impossivel suppor que o assassinio n�o foi perpetrado
muito intencionalmente e de claro juizo. Aqui tem v. s.^a uma
especialissima e triste posi��o. Queria valer-lhe, e n�o posso.
--E eu n�o posso nem quero, senhor doutor juiz de f�ra. Est� na cad�a?
--Ainda n�o: est� em minha casa. Venho saber se v. s.^a determina que
lhe seja preparada com decencia a pris�o.
--Eu n�o determino nada. Fa�a de conta que o pr�so Sim�o n�o tem aqui
parente algum.
--Mas, senhor doutor corregedor--disse o juiz de f�ra com tristeza e
compunc��o--v. s.^a � pae.
--Sou um magistrado.
--� demasiada a severidade, perd�e-me a reflex�o que � amiga. L� est� a
lei para o castigar; n�o o castigue v. ex.^a com o seu odio. A desgra�a
quebranta o odio de estranhos, quanto mais o affectuoso resentimento de
um pae!
--Eu n�o odeio, senhor doutor; desconhe�o esse homem em que me falla.
Cumpra os seus deveres, que lh'o ordena o corregedor, e o amigo mais
tarde lhe agradecer� a delicadeza.
Sahiu o juiz de f�ra, e foi encontrar Sim�o na mesma serenidade em que o
deix�ra.
--Venho de fallar com seu pae;--disse o juiz--encontrei-o mais irado do
que era natural calcular. Penso que por em quanto naaa p�de esperar da
influencia ou patrocinio d'elle.
--Isso que importa?--respondeu socegadamente Sim�o.
--Importa muito, senhor Botelho. Se seu pae quizesse, haveria meios de
mais tarde lhe ado�ar a senten�a.
--Que me importa a mim a senten�a?--replicou o filho do corregedor.
--Pelo que vejo n�o lhe importa ao senhor ir a uma forca?
--N�o, senhor.
--Que diz, senhor Sim�o!--redarguiu espantado o interrogador.
--Digo que o meu cora��o � indifferente ao destino da minha cabe�a.
--E sabe que seu pae n�o lhe d� mesmo protec��o, a protec��o das
primeiras necessidades na cad�a?
--N�o sabia; que tem isso? Que importa morrer de fome, ou morrer no
patibulo?
--Porque n�o escreve a sua m�e? Pe�a-lhe que...
--Que hei de eu pedir a minha m�e?--atalhou Sim�o.
--Peca-lhe, que amacie a c�lera de seu pae, sen�o o senhor Botelho n�o
tem quem o alimente.
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