Amor de Perdição by Camillo Castello Branco


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Page 37

--Pois tu conhecel-a?

--N�o; mas por amor d'ella � que eu c� vim fallar comtigo.

--Ent�o que �?! Que tens tu com a fidalga?

--Eu, c� por mim, nada; mas conhe�o uma pessoa que lhe quer muito.

--O filho do corregedor?

--Esse mesmo.

--Mas esse est� em Coimbra.

--N�o sei se est�, nem se n�o. Fazes-me tu um favor?

--Se eu poder...

--P�des... Eu queria fallar com ella.

--� dianho! isso n�o sei se poder� ser, porque a trazem as freiras
debaixo d'olho, e ella vai-se embora �manh�.

--Para onde vai?

--Vai para outro convento, n�o sei se de Lisboa, se do Porto. Os bahus
j� est�o preparados, e ella est� morta por sahir. E tu que lhe queres?

--N�o t'o posso dizer, porque n�o sei... Queria dar-lhe um papel... Faz
com que ella c� venha, que eu dou-te chita para um vestido.

--Como tu est�s rica, Marianna!...--atalhou, rindo, Joaquina--Eu n�o
quero a tua chita, rapariga. Se eu pod�r dizer-lhe que venha, sem que
alguem me ou�a, digo-lh'o. E agora � boa mar�, porque tocou ao c�ro....
Deixa-me l� ir.

Joaquina sahiu-se bem da difficil commiss�o. Thereza estava s�sinha,
absorvida a scismar com os olhos fitos no ponto onde vira Marianna.

--A menina faz favor de vir comigo depressinha?--disse-lhe a criada.

Seguiu-a Thereza, e entrou na grade, que Joaquina fechou, dizendo:

--O mais breve que possa bata por dentro para eu lhe abrir a porta. Se
perguntarem por v. ex.^a, digo-lhe que a menina est� no mirante.

A voz de Marianna tremia, quando D. Thereza lhe perguntou quem era.

--Sou uma portadora d'esta carta para v. ex.^a

--� de Sim�o!--exclamou Thereza.

--Sim, minha senhora.

--A reclusa leu convulsiva a carta duas vezes, e disse:

--Eu n�o posso escrever-lhe, que me roubaram o meu tinteiro, e ninguem
me empresta um. Diga-lhe que vou de madrugada para o convento de
Monchique do Porto. Que se n�o afflija, porque eu sou sempre a mesma.
Que n�o venha c�, porque seria inutil, e muito perigoso. Que v� v�r-me
ao Porto, que eu hei de arranjar modo de lhe fallar. Diga-lhe isto, sim?

--Sim, minha senhora.

--N�o se esque�a, n�o? Vir c� por modo nenhum. � impossivel fugir, e vou
muito acompanhada. Vai o primo Balthazar e as minhas primas, e meu pae,
e n�o sei quantos criados de bagagem e das liteiras. Tirar-me no caminho
� uma loucura com resultados funestos. Diga-lhe tudo, sim?

Joaquina disse f�ra da porta:

--Menina! olhe que a prioreza anda l� por dentro a procural-a.

--Adeus, adeus--disse Thereza sobresaltada.--Tome l� esta lembran�a como
prova da minha gratid�o.

E tirou do dedo um annel de ouro, que offereceu a Marianna.

--N�o aceito, minha senhora.

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Books | Photos | Paul Mutton | Sun 21st Dec 2025, 11:39