Amor de Perdição by Camillo Castello Branco


Main
- books.jibble.org



My Books
- IRC Hacks

Misc. Articles
- Meaning of Jibble
- M4 Su Doku
- Computer Scrapbooking
- Setting up Java
- Bootable Java
- Cookies in Java
- Dynamic Graphs
- Social Shakespeare

External Links
- Paul Mutton
- Jibble Photo Gallery
- Jibble Forums
- Google Landmarks
- Jibble Shop
- Free Books
- Intershot Ltd

books.jibble.org

Previous Page | Next Page

Page 36


Apeou Marianna defronte do mosteiro, e foi � portaria chamar a sua amiga
Brito.

--Que boa mo�a!--disse o padre capell�o, que estava no raro lateral da
porta, praticando com a prioreza, �cerca da salva��o das almas, e d'umas
ancoretas de vinho do Pinh�o, que elle receb�ra n'aquelle dia, e do qual
j� tinha engarrafado um almude para tonisar o estomago da prelada.

--Que boa mo�a!--tornou elle, com um olho n'ella e outro no raro, onde a
ciumosa prioreza se estava remordendo.

--Deixe l� a mo�a, e diga quando ha de ir a servente buscar o vinho.

--Quando quizer, senhora prioreza; mas repare bem nos olhos, no feitio,
n'aquelle todo da rapariga!

--Pois repare o senhor padre Jo�o--replicou a freira--que eu tenho mais
que fazer.

E retirou-se com o cora��o mal-ferido, e o queixo superior escorrendo
lagrimas... de simonte.

--D'onde � vocemec�?--disse brandamente o padre capell�o.

--Sou da aldeia--respondeu Marianna.

--Isso vejo eu; mas de que aldeia �?

--N�o me confesso agora.

--Mas n�o faria mal se se confessasse a mim, menina, que sou padre.

--Bem vejo.

--Que mau genio tem!...

--� isto que v�.

--Quem procura c� no convento?

--J� disse l� para dentro quem procuro.

--Marianna! �s tu?! Anda c�!

A mo�a fez uma cortezia de cabe�a ao padre capell�o, e foi ao locutorio
d'onde vinha aquella voz.

--Eu queria fallar comtigo em particular, Joaquina--disse Marianna.

--Eu vou v�r se arranjo uma grade: espera ahi.

O padre tinha sahido do pateo, e Marianna, em quanto esperava, examinou,
uma a uma, as janellas do mosteiro. N'uma das janellas, atrav�s das
rexas de ferro, viu ella uma senhora sem habito.

--Ser� aquella?--perguntou Marianna ao seu cora��o, que palpitava--Se eu
fosse amada como ella!...

--Sobe aquellas escadinhas, Marianna, e entra na primeira porta do
corredor, que eu l� vou--disse Joaquina.

Marianna deu alguns passos, olhou novamente para a janella onde vira a
senhora sem habito, e repetiu ainda:

--Se eu fosse amada como ella!...

Mal entrou na grade, disse � sua amiga:

--Olha l�, Joaquina, quem � uma menina muito branca, alva como leite,
que estava alli agora n'uma janella?

--Seria alguma novi�a, que ha duas c� muito lindas.

--Mas ella n�o tinha vestimenta nenhuma de freira.

--Ah! j� sei: � a D. Therezinha Albuquerque.

--Ent�o n�o me enganei--disse Marianna, pensativa.

Previous Page | Next Page


Books | Photos | Paul Mutton | Sun 21st Dec 2025, 9:47