|
Main
- books.jibble.org
My Books
- IRC Hacks
Misc. Articles
- Meaning of Jibble
- M4 Su Doku
- Computer Scrapbooking
- Setting up Java
- Bootable Java
- Cookies in Java
- Dynamic Graphs
- Social Shakespeare
External Links
- Paul Mutton
- Jibble Photo Gallery
- Jibble Forums
- Google Landmarks
- Jibble Shop
- Free Books
- Intershot Ltd
|
books.jibble.org
Previous Page
| Next Page
Page 33
N�o desprazia, portanto, o amor de Marianna ao amante apaixonado de
Thereza. Isto ser� culpa no severo tribunal das minhas leitoras; mas, se
me deixam ter opini�o, a culpa de Sim�o Botelho est� na fraca natureza,
que � toda galas no ceu, no mar, e na terra, � toda incoherencias,
absurdezas, e vicios no homem, rei da crea��o chamado!
IX.
Duas horas se detivera Jo�o da Cruz f�ra de casa. Chegou quando a
curiosidade do estudante era j� soffrimento.
--Estar� seu pae pr�so?!--dissera elle a Marianna.
--N�o m'o diz o cora��o, e o meu cora��o nunca me engana--respond�ra
ella.
E Sim�o replic�ra:
--E que lhe diz o cora��o a meu respeito, Marianna? Os meus trabalhos
ficar�o aqui?
--Vou-lhe dizer a verdade, senhor Sim�o... mas n�o digo...
--Diga, que lh'o pe�o, porque tenho f� no bom anjo que falla em sua
alma. Diga...
--Pois sim... O meu cora��o diz-me que os seus trabalhos ainda est�o no
com��o...
Sim�o ouviu-a attentamente, e n�o respondeu. Assombrou-lhe o animo esta
ideia torva, e affrontosa � singela rapariga:--�Pensar� ella em me
desviar de Thereza para se fazer amar?�
Pensava assim, quando chegou o ferrador.
--Aqui estou de volta--disse elle com semblante festivo--Sua m�e
mandou-me chamar...
--J� sei... E como soube ella que eu estava aqui?
--Ella sabia que o fidalgo estivera c�; mas cuidava que v. s.^a j� tinha
ido para Coimbra. Quem lh'o disse n�o sei, nem perguntei; porque a uma
pessoa de respeito n�o se fazem perguntas, dizia meu pae. Dizia ella que
sabia o fim a que o senhor viera esconder-se aqui. Ralhou alguma coisa;
mas eu, c� como pude, accommodei-a, e n�o ha novidade. Perguntou-me o
que estava o menino fazendo aqui depois que a fidalguinha f�ra para o
convento. Disse-lhe que v. s.^a estava adoentado d'uma qu�da que dera do
cavallo abaixo. Tornou ella a perguntar se o senhor tinha dinheiro; e eu
disse que n�o sabia. E vai ella foi dentro, e voltou d'ahi a pouco com
este embrulho, para eu lhe entregar. Ahi o tem tal e qual; n�o sei
quanto �.
--E n�o me escreveu?
--Disse que n�o podia ir � escrivaninha, porque estava l� o senhor
corregedor--respondeu com firmeza mestre Jo�o--e tambem me recommendou
que n�o lhe escrevesse v. s.^a, sen�o de Coimbra, porque, se seu pae
soubesse que o menino c� estava, ia tudo razo l� em casa. Ora ahi est�.
--E n�o lhe fallou nos criados de Balthazar?
--Nem um pio!.. L� na cidade ninguem j� fallava n'isso hoje.
--E que lhe disse da senhora D. Thereza?
--Nada, sen�o que ella f�ra para o convento. Agora, deixe-me ir amantar
a egua, que est� a escorrer em fio. � rapariga, traz-me c� a manta.
Em quanto Sim�o contava onze moedas menos um quartinho, maravilhado da
estranha liberalidade, Marianna, abra�ando o pae no repartimento visinho
da casa, exclamava:
--Arranjou muito bem a mentira!...
--� rapariga, quem mentiu foste tu! Aquillo l� o arranjaste tu com essa
tua cabecinha! Mas a coisa sahiu ao pintar, heim? Elle comeu-a que nem
confeitos! Anda l�, que ficaste sem os bezerros; mas l� vir� tempo em
que elle te d� bois a troco dos bezerros.
Previous Page
| Next Page
|
|