|
Main
- books.jibble.org
My Books
- IRC Hacks
Misc. Articles
- Meaning of Jibble
- M4 Su Doku
- Computer Scrapbooking
- Setting up Java
- Bootable Java
- Cookies in Java
- Dynamic Graphs
- Social Shakespeare
External Links
- Paul Mutton
- Jibble Photo Gallery
- Jibble Forums
- Google Landmarks
- Jibble Shop
- Free Books
- Intershot Ltd
|
books.jibble.org
Previous Page
| Next Page
Page 21
N'isto ouviu-se um leve rumor de folhagem no matagal para onde tinha
saltado o companheiro do morto.
Jo�o da Cruz, como galgo de fino olfacto, fitou a orelha e resmungou:
--Querem voc�s v�r que ellas se armam!... Dar-se-ha caso que o outro
ainda esteja por alli a tremer maleitas!...
O rumor continuou, e logo um bando de passaros rompeu d'entre a folhagem
chilreando.
--O homem est� alli!--tornou o ferrador.--Passe-me c� uma pistola,
senhor Sim�o!
Correu mestre Jo�o, e ao mesmo tempo uma grande rostilhada se fez entre
as moitas de cod��os e urzes.
--Elle estrin�a lenha como um porco do monte!--exclamou o ferrador.--�
cunhado, bate este matto com alguns penedos; quero v�r sahir o javali da
moita!...
Para o outro lado da bou�a estava um plaino cultivado. Sim�o, rodeando a
sebe, conseguira saltar ao campo por sobre a pedra d'um agueiro.
--Tenha l� m�o, mestre; n�o v� voc� atirar-me!--bradou Sim�o ao
ferrador.
--Pois o fidalgo j� ahi anda!?. Ent�o est� fechado o c�rco. Eu c� vou
fazer de fur�o. Se este nos escapa, n�o ha nada seguro n'este mundo!
N�o se enganaram. O criado de Balthazar Coutinho, quando se atir�ra
desamparado � brenha, desnoc�ra um joelho, e cahira atordoado. O
arreeiro n�o examinou o effeito do tiro, porque atirara � ventura, e
achava natural que o fugitivo se n�o molestasse. Quando volveu a si do
aturdimento da queda, o homem arrastou-se lentamente at� encontrar um
cerrado de arvores silvestres, em que pernoitava a passarinhada. Como os
melros cacarejassem esvoa�ando, o criado de Balthazar retrocedeu para o
mato, cuidando que ahi escaparia; mas o arreeiro jogava enormes calhaus
em todas as direc�es, e alguns acertavam mais que as balas do seu
bacamarte. Jo�o da Cruz tirou do bol�o da jaqueta um pod�o, e come�ou a
cortar a selva de carvalhas novas e giestaes que se emmaranhavam em
redor do escondrijo. J� cansado, por�m, e vendo o pouco luzimento do
trabalho, disse ao arreeiro:
--Petisca lume, vai alli dentro buscar um pouco de restolho s�cco, e
vamos pegar fogo ao mato, que este ladr�o ha de morrer assado.
O perseguido, quando tal ouviu, tirou do maior perigo coragem para
fugir, rompendo a espessura e saltando a parede da tapada para o campo
de restolho em que o arreeiro andava apanhando palha, e Sim�o esperava o
desfecho da montaria. Correram a um tempo o arreeiro e o academico sobre
elle. O fugitivo, sentindo-se alcan�ado, lan�ou-se de joelhos e m�os
erguidas, pedindo perd�o, e dizendo que o amo o obrig�ra �quella
desgra�a. J� a coronha do bacamarte do arreeiro lhe ia direita ao peito,
quando Sim�o lhe reteve o bra�o.
--N�o se bate assim n'um homem!--disse o mo�o--Levanta-te, rapaz!
--Eu n�o posso, senhor. Tenho uma perna quebrada, e estou aleijado para
a minha vida.
N'este comenos chegou o ferrador, e exclamou:
--Pois este tratante ainda est� vivo!
E correu sobre elle com o pod�o.
--N�o mate o homem, senhor Jo�o!--disse o filho do corregedor.
--Que o n�o mate! essa � de cabo de esquadra! Com que ent�o o fidalgo
quer pagar-me com a forca o favor de o acompanhar... eim?
--Com a forca!?--atalhou Sim�o.
--Pod�ra n�o! Quer que este homem fique para ir contar a historia? Acha
bonito? L� v. s.^a, como � filho de ministro, n�o ter� perigo; mas eu,
que sou ferrador, posso contar que d'esta vez tenho o bara�o no pesco�o.
N�o me faz geito o negocio. Deixe-me c� com o homem...
--N�o o mate, senhor Jo�o; pe�o-lhe eu que o deixe ir. Uma testemunha
n�o nos p�de fazer mal.
Previous Page
| Next Page
|
|