|
Main
- books.jibble.org
My Books
- IRC Hacks
Misc. Articles
- Meaning of Jibble
- M4 Su Doku
- Computer Scrapbooking
- Setting up Java
- Bootable Java
- Cookies in Java
- Dynamic Graphs
- Social Shakespeare
External Links
- Paul Mutton
- Jibble Photo Gallery
- Jibble Forums
- Google Landmarks
- Jibble Shop
- Free Books
- Intershot Ltd
|
books.jibble.org
Previous Page
| Next Page
Page 20
--J� n�o vamos a tempo--disse afflicto o Jo�o da Cruz--os homens v�o
atirar-lhe, porque o cavallo trupa c� muito atraz.
E corriam j� sem temor de serem vistos, porque os outros tinham dobrado
o outeiro, em cujo valle corria a estrada.
--Os homens v�o atirar-lhe...--disse o ferrador.
--Gritemos d'aqui ao doutor que n�o v� p'ra diante.
--J� n�o � tempo... Ou o matem ou n�o matem, quando voltarem s�o nossos.
Tinham j� passado o pontilh�o, e subiam a ladeira, quando ouviram dois
tiros.
--Arriba!--exclamou Jo�o da Cruz--que n�o v�o elles metter-se � estrada,
se mataram o fidalgo.
Tinham vencido a ch�, esbofados e anciados, com as clavinas aperradas.
Os criados de Balthazar, ao invez da conjectura do ferrador, retrocediam
pelo mesmo atalho, suppondo que os companheiros de Sim�o iam adiante
batendo os pontos azados � emboscada, ou se tinham retardado.
--Elles ahi vem!--disse o arreeiro.
--N�s c� estamos--respondeu o ferrador, sentando-se, a coberto de um
c�moro.--Senta-te tamb�m que eu n�o estou p'ra correr atraz d'elles.
Os assassinos, a dez passos, viram de frente erguerem-se os dois vultos,
e ladearam cada qual para seu lado, um galgando os sucalcos de uma
vinha, o outro atirando-se a uns silveiraes.
--Atira ao da esquerda!--disse Jo�o da Cruz.
Foram simultaneas as explos�es. A pontaria do ferrador fez logo um
cadaver. Os balotes do arreeiro n�o estremaram o outro entre o carrascal
onde se embrenh�ra.
A este tempo assomava Sim�o no tezo d'onde lhe tinham atirado, e corria
ao ponto onde ouvira os segundos tiros.
--� v. s.^a, fidalgo?--bradou o ferrador.
--Sou.
--N�o o mataram?
--Creio que n�o--respondeu Sim�o.
--Este desalmado deixou fugir o melro--tornou Jo�o da Cruz--mas o meu l�
est� a pernear na vinha. Sempre lhe quero v�r as trombas...
O ferrador desceu os tr�s socalcos da vinha, e curvou-se sobre o
cadaver, dizendo:
--Alma de cantaro, se eu tivesse duas clavinas n�o ias s�sinho para o
inferno!
--Anda d'ahi!--disse o arreeiro--deixa l� esse diabo, que o senhor
doutor est� ferido n'um hombro. Vamos depressa, que est� o sangue a
escorrer-lhe.
--Eu vi duas cabe�as a espreitarem-me de cima de uma ribanceira, e
cuidei que eram voc�s--disse Sim�o, em quanto o ferrador, com a destreza
de habil cirurgi�o, lho enfaixava o bra�o ferido com len�os.--Parei o
cavallo, e disse: ��l�! ha novidade?� Logo que me n�o responderam,
saltei para terra; mas ainda eu tinha um p� no estribo quando me fizeram
fogo. Quiz saltar � ribanceira, mas n�o pude romper o matto. Dei uma
volta grande para achar subida, e foi ent�o que dei f� de estar
ferido...
--Isto � uma arranhadura--disse Jo�o da Cruz--olhe que eu sei d'isto,
fidalgo! Estou affeito a curar muitas feridas.
--Nos burros, mestre Jo�o?--disse o ferido, sorrindo.
--E nos christ�os tambem, senhor doutor. Olhe que houve em Portugal um
rei que n�o queria outro medico sen�o um alveitar. Hei de mostrar-lhe o
meu corpo que est� uma r�de de facadas, e nunca fui ao cirurgi�o. Com
ceroto e vinagre sou capaz de ir resuscitar aquelle alma do diabo que
alli est� a escutar a cavallaria.
Previous Page
| Next Page
|
|