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Page 16
--� ador�vel, � precioso!--dizia ella, com o seu lindo riso, batendo as
maosinhas pallidas.
N'essa manh�, em honra da minha nova incarna��o, havia um almo�o chinez.
Que gentis guardanapos de papel de s�da escarlate, com monstros
fabulosos desenhados a negro! O servi�o come�ou por ostras de Ning-P�.
Eximias! Absorvi duas duzias com um intenso regalo chinez. Depois vieram
deliciosas febras de barbatana de tubar�o, olhos de carneiro com picado
d'alho, um prato de nenufares em calda d'assucar, laranjas de Cant�o, e
emfim o arroz sacramental, o arroz dos av�s...
Delicado repasto, regado largamente de excellente vinho de Ch�o-Chigne!
E por fim, com que g�zo recebi a minha ta�a d'agua a ferver, onde deitei
uma pitada de folhas de ch� imperial, da primeira colheita de mar�o,
colheita unica, que � celebrada como um rito santo pelas m�os puras de
virgens!...
Duas cantadeiras entraram, em quanto n�s fumavamos; e muito tempo, n'uma
modula��o guttural, disseram velhas cantigas dos tempos da dynastia
Ming, ao som de guitarras recobertas de pelles de serpente, que dous
tartaros agachados repenicavam, n'uma cadencia melancolica e barbara. A
China tem encantos d'um raro gosto...
Depois a loira generala cantou-nos, com chiste, a _Femme � barbe_: e
quando o general sahiu com a sua escolta cossaca para o Yamen do
principe Tong, a informar-se da residencia da familia Ti-Chin-F�--eu,
repleto e bem disposto, sahi com S�-T� a v�r Pekin.
* * * * *
A habita��o de Camilloff ficava na cidade tartara, nos bairros militares
e nobres. Ha aqui uma tranquillidade austera. As ruas assemelham-se a
largos caminhos d'ald�a sulcados pelas rodas dos carros; e quasi sempre
se caminha ao comprido de um muro, d'onde sabem ramos horisontaes de
sycomoros.
Por vezes uma carreta passa rapidamente, ao trote de um poney mongol,
com altas rodas cravejadas de pregos dourados; tudo n'ella oscilla, o
toldo, as cortinas pendentes de s�da, os ramos de plumas aos angulos; e
dentro entrev�-se alguma linda dama chineza, coberta de brocados claros,
a cabe�a toda cheia de fl�res, fazendo girar nos pulsos dois aros de
prata, com um ar de tedio ceremonioso. Depois � alguma aristocratica
cadeirinha de Mandarim, que koulis vestidos d'azul, de rabicho solto,
v�o levando a um trote arquejante para os Yamens do Estado; precede-os
uma criadagem maltrapilha que ergue ao alto rolos de seda com
inscrip�es bordadas, insignias d'authoridade; e dentro o personagem
bojudo, com enormes oculos redondos, folheia a sua papelada ou dormita
de bei�o cahido...
A cada momento paravamos a olhar as lojas ricas, com as suas taboletas
verticaes de letras douradas sobre fundo escarlate: os freguezes, n'um
silencio d'igreja, subtis como sombras, v�o examinando as
preciosidades--porcelanas da dynastia Ming, bronzes, esmaltes, marfins,
s�das, armas marchetadas, os leques maravilhosos de Swaton: por vezes,
uma fresca rapariga d'olho obliquo, tunica azul, e papoilas de papel nas
tran�as, desdobra algum raro brocado diante d'um grosso chinez que o
contempla beatamente, com os dedos cruzados na pan�a: ao fundo o
mercador apparatoso e immovel, escreve com um pincel sobre longas
taboinhas de sandalo: e um perfume adocicado que sahe das coisas
perturba e entristece...
Eis-aqui a muralha que c�rca a Cidade interdictca, morada santa do
Imperador! Mo�os nobres vem descendo do terra�o d'um templo onde se
estiveram adestrando � frecha. S�-T� disse-me os seus nomes: eram da
guarda selecta, que nas ceremonias escolta o guarda-sol de s�da
amarella, com o Drag�o bordado, que � o emblema sagrado do Imperador.
Todos elles comprimentaram profundadamente um velho que ia passando, de
barbas venerandas, com o casabeque amarello que � o privilegio do
anci�o; vinha fallando s�, e trazia na m�o uma vara sobre que pousavam
cotovias domesticadas... Era um principe do Imperio.
Estranhos bairros! Mas nada me divertia como v�r a cada instante, a uma
porta de jardim, dois Mandarins pan�udos que para entrar se trocavam
indefinidamente salamal�s, cortezias, recusas, risinhos agudos
d'etiqueta, todo um ceremonial dogmatico--que lhes fazia oscillar d'um
modo picaresco, sobre as costas, as longas pennas de pav�o. Depois se
erguia os olhos para o ar, l� via sempre pairar enormes papagaios de
papel, ora em f�rma de drag�es, ora de cetaceos, ora d'aves
fabulosas--enchendo o espa�o d'uma inverosimil legi�o de monstros
transparentes e ondeantes...
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