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Page 13
IV
O Ceyl�o teve uma viagem calma e monotona at� Chang-Hai.
D'ahi subimos pelo rio Azul a Tien-Tsin n'um pequeno _steamer_ da
Companhia Russel. Eu n�o vinha visitar a China n'uma curiosidade ociosa
de _touriste_: toda a paizagem d'essa provincia, que se assemelha � dos
vasos de porcelana, d'um tora azulado e vaporoso, com collinasinhas
calvas e de longe a longe um arbusto bracejante, me deixou sombriamente
indifferente.
Quando o capit�o do _steamer_, um _yankee_ impudente de focinho de
chibo, ao passarmos � altura de Nankin, me propoz parar, ir percorrer as
ruinas monumentaes da velha cidade de porcelana,--eu recusei, com um
movimento secco de cabe�a, sem mesmo desviar os olhos tristes da
corrente barrenta do rio.
Que pesados e soturnos me pareceram os dias de navega��o de Tien-Tsin a
Tung-Chou, em barcos chatos que o cheiro dos remadores chinezes
empestava; ora atrav�s de terras baixas inundadas pelo Pei-h�, ora ao
longo de pallidos e infindaveis arrozaes; passando aqui uma lugubre
ald�a de lama negra, al�m um campo coberto de esquifes amarellos;
topando a cada momento com cadaveres de mendigos, inchados e
esverdeados, que desciam ao fio d'agua, sob um c�o fusco e baixo!
Em Tung-Chou fiquei surprehendido, ao dar com uma escolta de cossacos
que mandava ao meu encontro o velho general Camilloff, heroico official
das campanhas da Asia Central, e ent�o embaixador da Russia em Pekin. Eu
vinha-lhe recommendado como um s�r precioso e raro: e o verboso
interprete S�-T�, que elle punha ao meu servi�o, explicou-me que as
cartas de s�llo imperial, avisando-o da minha chegada, recebera-as elle,
havia semanas, pelos correios da Chancellaria que atravessam a Siberia
em tren�, descem a dorso de cam�lo at� � Grande Muralha tartara, e
entregam ahi a mala a esses corredores mongolicos, vestidos de coiro
escarlate, que dia e noite galopam sobre Pekin.
Camilloff enviava-me um poney da Manchouria, ajaezado de s�da, e um
cart�o de visita, com estas palavras tra�adas a lapis sob o seu nome:
�_Sa�de! o animal � d�ce de bocca_!�
Montei o poney: e a um _hurrah_! dos cossacos, n'um agitar heroico de
lan�as, partimos � desfilada pela poeirenta planicie--porque j� a tarde
declinava, e as portas de Pekin fecham-se mal o ultimo raio de sol deixa
as torres do Templo do C�o. Ao principio seguimos uma estrada, caminho
batido do transito das caravanas, atravancado de enormes lages de
marmore dessoldadas da antiga Via Imperial. Depois pass�mos a ponte de
Pa-li-kao, toda de marmore branco, flanqueada de drag�es arrogantes.
Vamos correndo ent�o � beira de canaes d'agua negra: come�am a apparecer
pomares, aqui e al�m uma ald�a de c�r azulada, aninhada ao p� de um
Pagode:--de repente, a um cotov�lo do caminho, paro assombrado...
Pekin est� diante de mim! � uma vasta muralha, monumental e barbara,
d'um negro ba�o, estendendo-se a perder de vista, e, destacando, com as
architecturas babylonicas das suas portas de tectos recurvos, sobre um
fundo de poente de purpura ensanguentada...
Ao longe, para o Norte, n'um vago de vapor roxo, esbatem-se, como
suspensas no ar, as montanhas da Mongolia...
Uma rica liteira esperava-me � porta de Tung-Tsen-Men, para eu
atravessar Pekin at� � Residencia militar de Camilloff. A muralha agora,
ao perto, parecia erguer-se at� aos c�os com o horror d'uma construc��o
biblica: � sua base apinhava-se uma confus�o de barracas, feira exotica,
onde rumorejava uma multid�o, e a luz de lanternas oscillantes cortava
j� o crep�sculo de vagas manchas c�r de sangue; os toldos brancos faziam
ao p� do negro muro como um bando de borboletas pousadas.
Senti-me triste; subi � liteira, cerrei as cortinas de s�da escarlate
todas bordadas a oiro; e cercado dos cossacos, eis-me entrando a velha
Pekin, por essa porta babelica, na turba tumultuosa, entre carretas,
cadeirinhas de xar�o, cavalleiros mongolicos armados de flechas, bonzos
de tunica alvejante marchando um a um, e longas filas de lentos
dromedarios balan�ando a sua carga em cadencia...
D'ahi a pouco a liteira parou. O respeitoso S�-T� correu as cortinas, e
vi-me n'um jardim, escurecido e calado, onde, por entre sycomoros
seculares, kiosques alumiados brilhavam com uma luz d�ce, como colossaes
lanternas pousadas sobre a relva: e toda a sorte de aguas correntes
murmuravam na sombra. Sob um peristilo feito de madeiros pintados a
vermelh�o, aclarado por fios de lampadas de papel transparente,
esperava-me um membrudo figur�o, de bigodes brancos, apoiado a um grosso
espad�o. Era o general Camilloff. Ao adiantar-me para elle, eu sentia o
passo inquieto das gazellas fugindo de leve sob as arvores...
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