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Page 9
_Do acordo que os Mouros fizeram contra o Mestre, e como houveram com
elle batalha em que foram vencidos_
Os Mouros de toda a terra, por este destro�o, e desbarato, que houveram
mostraram muito nojo, e grande tristeza, em especial os de Tavilla,
porque tinham imigos t�o fortes junto comsigo, os quaes naquella ora
juntos em seu concelho diceram: �Estes christ�os n�o temem, antes nos
menos prezam, e n�o � sem rez�o, porque ou por nossa muita fraqueza, ou
por nossa grande dezaventura sempre somos delles vencidos, mas agora
porque elles eram seguros, e despercebidos pela victoria, que hontem de
n�s houveram, cuidam j� que n�o ha em n�s esfor�o, nem acordo para nossa
vingan�a, ajuntemo-nos outra vez, e sem medo os vamos commetter e sem
duvida n�s os desbarataremos, e com sua perda os lan�aremos da terra,
que � nossa�.
E no outro dia o Mestre, que destas consultas, e ardis, n�o foi nem
podia ser avisado, partio do lugar, onde fora a batalha para Cacella, e
vindo por seu caminho direito, que dizem _o Almargem_, junto do qual os
Mouros estavam prestes com seu ardil de os saltearem, e o Mestre j� n�o
trazia toda sua gente, que salvou da peleja, porque alguma leixara no
monte, em que agora � Crasto Marim, para dahi recolherem alguns seus,
que passavam pela ribeira, e por�m em chegando ao logar do Salto, onde
os Mouros os esperavam, elles sahiram a elle t�o de supito, e o
commetteram com tantas gritas, e for�as, que o poseram em muita
torva��o, e perigo, pela qual conveo ao Mestre e aos seus por for�a se
recolherem a um monte alto, que � junto de Tavilla, a que depois
chamaram _a Cabe�a do Mestre_, donde pela fortaleza do lugar se
defendiam dos Mouros milhor, e os ofendiam com mais sua aventagem.
Mas comtudo elles n�o afrouxavam os Christ�os, antes por todalas
maneiras de fazer mal os combatiam, trabalhando com todas for�as por
lhes cobrar o monte, que os salvava, e com tanta fortalesa afrontavam o
Mestre, que se n�o sobreviera a noite que os apartou elle, e os seus se
despunham, e estavam em mortal perigo, e os Mouros apartados do combate
lan�aram-se ao p� do monte alongados da vista dos Christ�os, logo com
determina��o de ao outro dia tornarem � peleja, mas elles neste primeiro
proposito n�o perseveraram, porque praticando antre si sobre as gentes
que ao Mestre logo viriam em seu socorro, e o perigo, que nesso corriam
alevantaram-se, e foram-se tristes para os logares donde partiram, o que
assi fizeram sem vista nem sabedoria do Mestre, o qual na noite passada
j� tinha avisada sua gente, que leixara em Cacella para que e viessem
socorrer, como logo vieram com fundamento de dar batalha aos Mouros se o
esperassem, quando soube que eram partidos alegre, e a seu salvo se foi
para Cacella.
CAPITULO VIII
_Como houve treguas antre os Christ�os, e Mouros, e com que fundamento
cada uns o outrogaram, e como foi a morte dos sete Cavalleiros Martyres,
e o Mestre tomou Tavilla_
Os moradores de Tavilla, e assi os Mouros das outras Villas seus
comarc�os, vendo-se perseguidos, e mal tratados do Mestre, por seus meos
que antre si tiveram concordaram, que por quanto a este tempo estavam j�
cerca do mez de Junho em que haviam de recolher seus p�es, e dahi a
pouco se achegava o outro de seu alacil para secarem e aproveitarem suas
passas, e fruitas, era bem de procurarem poer com o Mestre tregoas at� o
S�o Miguel de Setembro, que vinha, no qual tempo acabariam inteiramente
de recolher suas novidades, e dahi por diante teriam milhor disposi��o
para lhe fazer a guerra, e o lan�ar f�ra da terra. Da qual tregoa que
pelos Mouros foi requerida, e apontada prouve muito ao Mestre, e lha
deu, de que fizeram suas certid�es com fundamento, que n�o s�mente neste
tempo daria descan�o aos seus dos muitos trabalhos que tinham passados,
mas que ainda nelle se perceberia das mais gentes, que para o dezejado
fim de sua empreza lhe eram neccessarias.
E sendo por bem desta tregua os Christ�os, e os Mouros de uma parte, e
da outra seguros, D. Pedro Rodrigues, Commendador m�r de San-Tiago, que
era na companhia do Mestre dice aos outros Cavalleiros, que por seu
desenfadamento, pois estavam em tregoa fossem com suas aves � ca�a ao
lugar das Antas, que era terreno de Tavilla, e est� dahi tres legoas. Ao
que foi o Mestre como pessoa mui prudente, contrairo, dizendo-lhe que
escusassem em tal tempo sua ida, porque os Mouros, por suas condi�es,
n�o eram menos ciosos da terra que das molheres, e por esto com qualquer
paix�o destas sendo homens sem f�, e sem verdade lhe poderiam fazer
dano, que custaria depois mui caro. A que o Commendador-m�r tornou
dizendo, que pois estavam com os Mouros em treguas delles t�o desejadas
e requeridas, que n�o havia rez�o para elles se recearem, quanto mais
que elles para segurar esse pejo iriam � ca�a de paz, e de guerra.
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