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Page 8
Mas o Mestre, cujo cora��o era j� favorecido da vontade de Deos, prepoz
entender na conquista, e n�o a leixar, e para esso falou apartado com
Garcia Rodrigues, Mercador, que de contino tratava neste Algarve com os
Christ�os, e com os Mouros suas mercadorias, e secretamente lhe disse
que seu desejo era com a ajuda de Deos, e por seu servi�o cobrar dos
Mouros esta terra do Algarve se podesse, para que ent�o havia singular
disposi��o pelo desvairo, e discordia em que sabia que estavam os Reis,
e Senhores, que os senhoreavam, mas que o n�o commettia porque n�o
sabia, nem tinha quem soubesse as entradas, e caminhos da terra, e por
tanto lhe rogava pois elle esto tudo sabia que lhe dicesse seu parecer
verdadeiro, como delle por Christ�o, e bom homem confiava. E Garcia
Rodrigues, em que havia bom espirito, lhe deu para esso t�o bom
concelho, e tanto esfor�o, e tal aviamento, que o Mestre apartou logo
alguns seus corredores por maneira dalmogavaria, para que fossem
adiante, os quaes partiram Daljustrel, e passaram � terra pela Torre
Dourique, e andaram de noite mui attentadamente por os Mouros n�o
aventarem delles alguns sentimentos; e o primeiro Lugar a que chegaram
foi � Torre Descoubar, que por estar despercebida, e sem algum receo de
Christ�os prouve a Deos, que sem muita for�a, nem perigo foi logo
tomada, donde enviaram logo recado ao Mestre, o qual n�o com menos
alegria, que pressa fez prestes seus Cavalleiros, que nas armas trazia
ass�s costumados, e bem ensinados, com que logo partio, e com suas guias
que levava, chegou � dita Torre, que era tomada, e dahi sem muita
deten�a cobrou mais o Lugar Dalvor, que � antre Silves e Lagos, e destes
Lugares ambos depois de serem de Christ�os se fazia grande guerra aos
Mouros, que estavam em Silves, e nos outros Lugares comarc�os.
Sentindo-se os Mouros do Algarve mui perseguidos, e ass�s denificados do
Mestre, elles sobre consulta��o, que antre si fizeram, lhe commetteram,
que selle quizesse lhe dariam o Lugar de Cacella junto com Tavilla por
os Lugares Destombar, e Alvor, que tinha tomados, e a concira��o, que os
Mouros tiveram foi dos Lugares tomados, por serem no meo do Reino, e
mais juntos do Cabo de S�o Vicente, onde a terra era ent�o mais povorada
se podia fazer, e fazia mais dano, que de Cacella, que era mais no fim
da terra, e principalmente junto com Tavilla, que por ser Lugar forte, e
de grande povora��o os Mouros, e visinhos, e moradores delle poderiam
mais facilmente lan�ar os Christ�os, do qual partido, e escambo prouve
muito ao Mestre, que logo entregou aos Mouros os Lugares tomados, e
cobrou para si Cacella, que era Lugar forte, e bom, onde se fez logo
prestes, e sahio com suas gentes para ir cercar, e tomar Paderne.
E como quer que at� li os Mouros eram antre si em grandes desconcertos,
como atraz se disse, por�m � necessidade, e perigo em que a ida do
Mestre os poz, os fez logo amigos, e concordes para com iguaes cora�es
defenderem suas pessoas e terras, pelo qual sabendo os Mouros de Far�o e
Tavilla, e assi os dos outros Lugares de redor, como o Mestre era f�ra
de Cacella, para correr, e guerrear sua terra, avisaram tambem os de
Loul� para que todos no dia seguinte tivessem ao Mestre o passo, e
pelejassem com elle, os quaes ao outro dia sobre este acordo se
ajuntaram, e partindo foram dormir contra a serra a um logar que dizem o
desbarato, e deste ajuntamento, e acordo n�o sendo sabedor o Mestre
passou de noite mui secretamente por Loul� sem ser sentido, seguindo seu
caminho direito, que vem para Tavilla, porque as suas escutas que iam de
diante sentiram os Mouros naquelle lugar onde jaziam, o Mestre n�o quiz
mais abalar, e ali de noite se deteve, e ao outro dia, como foi manh� o
Mestre com sua singular, e costumada destreza de guerra ordenou suas
gentes em batalhas, e guiados de sua bandeira, que levavam tendida n�o
andaram muitos passos que logo n�o houveram vista dos Mouros, que jaziam
em um valle escuro, os quaes vendo a pouca gente dos Christ�os em
compara��o da muita sua que tinham, foram mui alegres, ca tiveram grande
esperan�a de haverem victoria.
E o Mestre sem mais deten�a rijamente deu nelles, em que logo achou
grande esfor�o, e mui perigosa resistencia, pelo qual antre todos se
travou mui crua e bem ferida batalha, em que a victoria por grande
espa�o esteve em balan�a, mas em fim n�o podendo os Mouros j� soffrer
aos Christ�os nem �s mortes, e feridas, que de suas m�os recebiam,
volveram-lhe as costas, e com desacordada fogida, cada um procurou de
salvar sua vida. Nesta batalha foram dos Mouros muitos mortos, e
feridos, e os que escaparam acolheram-se a um Lugar, que chamam _o
Furadoiro_, que vem donde foi esta peleja caminho da fonte que ora dizem
do Bispo, e por�m os Christ�os por a qualidade da fronta n�o ficaram sem
sua parte de dano, mas este n�o acho escrito quanto seria, s�mente que o
Mestre e os seus pelo grande trabalho, e muito can�asso da batalha n�o
seguiram o alcan�o dos Mouros, e se recolheram.
CAPITULO VII
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