Chronica d'El-Rei D. Affonso III by Ruy de Pina


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Page 7

Pelo cazamento del-Rei Dom Affonso com a Rainha Dona Breatiz muitas
Villas, e terras do Reino de Castella creceram, e se ajuntaram a este
Reino de Portugal, e destas as que s�o na Comarca de Riba Dodiana, a
saber Moura, Serpa, Mour�o, Noudar, Oliven�a, Campo Maior, e Ouguela,
direi na Coronica del-Rei Dom Diniz, porque em seu tempo elle por
concordias, e por escambos as houve, e depois at�gora sempre
pacificamente, e sem contradi��o foram, e s�o pussuidas por a Coroa de
Portugal, mas porque � claro, e mui notorio que por bem do dito
cazamento, ainda creceram mais ao Reino de Portugal, o Reino do Algarve;
de que este Rei Dom Affonso nova, e primeiramente se intitulou, e por
cujo respeito em ladeo a borla dos Castellos �s Quinas de Portugal, como
atraz j� toquei, para dizer os principios que teve, para boa declara��o
dos que esto virem farei meu fundamento um pouco mais alto, que ser�
verdadeiro, e breve, como se segue.

El-Rei Dom Fernando de Castella deste nome o segundo, depois de ter
pacificos os Reinos de Castello, e de Li�o, que nelle a segunda vez se
ajuntaram, ganhou dos Mouros a Cidade de Cordova, na era de mil e
duzentos e trinta e cinco annos, (1235) na qual tomada foi com El-Rei
Dom Fernando Dom Payo Correa, natural de Portugal, Mestre da Ordem
Daviz, que � a de San-Tiago em Castella, por mui principal e de grande
Caza, e mui esfor�ado guerreiro contra os imigos da F�, e porque El-Rei
Dom Fernando desejou muito de cobrar a Cidade de Sevilha, e assi a terra
Dandaluzia, que toda era de Mouros, tornando-se para Castella leixou por
Fronteiro contra ella Dom Payo Correa em S�o Lucar Dalbayda, e um Dom
Rodrigo Alveres das Asturias, em Alcal� da Guardara, donde com muitas
gentes que tinham, e com a guerra aturada, que faziam, poseram a Cidade
de Sevilha em tanta estreiteza que o Rei della lhe deu gram soma de
ouro, por tregoa de um anno, qua os ditos Freires lhe outorgaram, dentro
do qual os Mouros com fundamento de se proverem por muitos annos,
semearam todo o p�o, e sementes que tinham de que esperavam haver
novidades, com as quaes recolhidas lhes pareceo que se segurariam, e
manteriam por vinte annos, ainda que nelles fossem guerreados, e
cercados, o qual os ditos Fronteiros notificaram logo a El-Rei Dom
Fernando, e o avizaram, que para ter esperan�a de cobrar em breve a
Cidade antecipasse logo a guerra contra os Mouros, ou a colheita das
ditas novidades para si mesmo, o qual logo El-Rei satisfez, e com grande
poder, que ajuntou por mar, e por terra, veo cercar a Cidade, e depois
de estar dezaseis mezes sobre ella, com cerco bem afrontado a tomou, ca
se deu por partido, com seguran�a das vidas, e fazendas em dia de S�o
Clemente, vinte e dous dias de Novembro, na era de mil duzentos quarenta
e oito annos, (1248) treze annos depois da tomada de Cordova; e o dito
Rei Dom Fernando, por mais seguran�a da terra, n�o sahio mais de
Sevilha, e ahi faleceo no anno de mil duzentos e cincoenta e dous, tres
annos e meio depois da tomada de Sevilha, e ahi j�s sepultado.[1]

E foi logo alevantado, e obedecido por Rei de Castella, e de Li�o,
El-Rei Dom Affonso seu filho, sogro deste Rei Dom Affonso Conde de
Bolonha; e o meio tempo que houve antre a tomada de Cordova, e Sevilha,
e em que o Mestre Dom Payo Correa, era Fronteiro em Andaluzia contra os
Mouros, elle guerreando e correndo as terras dos imigos, que eram a sua
frontaria conjuntos, entrou pela Lusitania junto do campo Dourique, que
dentro era da conquista de Portugal, Reinando ainda Dom Sancho Capello,
e por for�a de armas o dito Mestre tomou em desvairados tempos as Villas
de Aljustrel, e de Mertola, que eram de Mouros, as quaes a requerimento
do dito Rei Dom Sancho, e por mandado del-Rei Dom Fernando de Castella,
seu primo com Irm�o, foram entregues ao dito Rei Dom Sancho por
pertencerem a Portugal, o qual por sua deva��o, e pelas almas de seu pae
e de sua m�i segundo diz em sua doa��o, e assi por comprir ao dito
Mestre Dom Payo Correa, que era seu servidor, as deu logo � Ordem de San
Tiago, cujas hoje s�o.


[Nota de rodap� 1: Est� beatificado por Santo.]




CAPITULO VI


_Que fundamento houve para o Mestre Dom Payo Correa come�ar de
conquistar o Algarve, que era dos Mouros_


Depois que o Mestre Dom Payo tomou estes logares da conquista de
Portugal, at� se ganhar o Algarve, passaram dous tempos em que reinaram
dous reis de Castella, a saber o dito Rei D. Fernando, em cujo tempo o
dito Mestre tomou primeiramente Tavilla, e Silves e alguns outros
Lugares do Algarve, e apoz elle Reinou o sobredito Rei Dom Affonso seu
filho, que reinando em Castella depois de fazer sua doa��o para sempre a
El-Rei Dom Affonso Conde de Bolonha seu genro, e a Dom Diniz, seu filho
se ganharam todolos outros Lugares do Algarve, em que tambem foi o dito
Mestre como Vassallo, e Compadre, que era do dito Rei Dom Affonso Conde
de Bolonha, e foi por esta maneira. Quando o Mestre Dom Payo Correa
ganhou dos Mouros Aljustrel, como � dito, se acha, que estando ainda no
dito Lugar, elle como bom Cavalleiro, e catholico guerreiro, desejando
conquitar esta parte do Algarve, que confinava com Portugal, que toda
era de Mouros, para saber se o poderia fazer, e como o faria, teve
concelho com seus Cavalleiros, em que n�o achou conforme acordo, assi
porque alguns contrariavam a empreza, e passagem da terra do Algarve,
como porque era mui povorada, e os Mouros della tinham pelo mar seu
grande soccorro e ajuda Dafrica.

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Books | Photos | Paul Mutton | Mon 3rd Feb 2025, 4:01