Chronica d'El-Rei D. Affonso III by Ruy de Pina


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Page 15

E destes Lugares do Algarve depois que os El-Rei Dom Affonso houve a seu
poder, e Senhorio se acha, que com suas Gal�s, e outros muitos navios
fez sempre de continuo crua guerra aos Mouros Dafrica, que em seus
corpos e fazendas recebiam grandes danos e prezas, e El-Rei Dom Affonso
por seu grande esfor�o, e bons feitos, tinha antre os Reis principais
Christ�os mui louvado nome, pelo qual se acha que o Papa por esta
honrada fama del Rei lhe mandou por meo dum Frei Payo, Ministro da
ministra��o dos Freires de San-Tiago rogando-lhe que em remiss�o de seus
peccados, quizesse tomar a Cruz de Jesu Christo contra os Mouros dultra
m�r, que tiranamente tinham a Caza Santa em desprezo da F�, e da
Religi�o e que El-Rei respodeo, que se El-Rei de Fran�a a esta conquista
passasse em pessoa, que lhe prometia, que elle tambem com a sua
passasse, salvo se alguma outra guerra, ou tamanha necessidade o
impedisse, porque o n�o podesse fazer, e por esso ambos n�o foram,
porque o derradeiro Rei de Fran�a, que por recobrar a Caza Santa passou
a ultra m�r, foi El-Rei S�o Luis de Fran�a primo com irm�o deste Dom
Affonso de Portugal, filhos de duas Irm�s, quando levou comsigo a Rainha
Dona Margarida sua molher, e elle, e dous Irm�os seus foram dos infieis
prezos, e cativos na grande, e crua batalha, que ouveram com o gram
Soldam, junto com Damiata do Egypto, como em outras partes j� dice, o
que foi muito antes do tempo deste requerimento do Papa, segundo est� na
Coronica de Fran�a, e em outras mais largamente se contem.




CAPITULO XIII


_Como o Reino do Algarve por divis�es que houve foi posto em ter�aria de
Cavalleiros Portuguezes, e o que sobre esso se fez_


Como El-Rei de Portugal foi em posse pacifica, o Mestre Dom Payo Correa
se tornou a seu Mestrado, e deu conta a El-Rei Dom Affonso de Castella
de todo o que era passado, o qual para mais firmeza, e maior seguridade
das condi�es com que a El-Rei seu genro fizera sua doa��o do Algarve,
houve por bem, que o dito seu genro as prometesse, e segurasse com
menagem, e juramento em sua propria pessoa, para que o dito Rei Dom
Affonso de Castella enviou a Portugal com seu poder abastante ao Ifante
D. Luis seu irm�o, que diceram de Pontes, filho del-Rei Dom Fernando, e
da Rainha Dona Joana sua segunda molher, filha do Conde Dom Sim�o de
Pontes, e sobrinha del-Rei Dom Luis de Fran�a, o qual �lem de tomar
del-Rei de Portugal todas as seguridades conforme as condi�es de sua
doa��o, ainda o dito Ifante para maior seguridade, e mais honesta escuza
del-Rei D. Affonso de Castella, para os de seu Reino, que o reprendiam,
e acuzavam por tal doa��o, quiz que todas estas Villas e Castellos
fossem, como foram logo entregues a Jo�o de Boim, e Pedro Annes, seu
filho, Vassallos e naturaes del-Rei de Portugal, que eram pessoas de
limpo e nobre sangue de grandes cazas, para que por elles os tivessem de
fieldade com menagem de juramento que fizeram, que quando el-Rei de
Portugal n�o comprisse a condi��o dos cincoenta Cavalleiros, que a
El-Rei de Castella em sua vida havia de dar, que elles com suas pessoas,
e com as ditas Villas e Castellos servissem a El-Rei de Castella, e
comprissem inteiramente tudo o que El-Rei de Portugal era neste cazo
obrigado a cumprir.

E porque El-Rei de Portugal n�o foi desta ter�aria do Reino do Algarve
muito contente, e dice por outros desvairos que houve com Castella sobre
parti�es, e termos dos Reinos, foram estes Reis desacordados de que
El-Rei de Castella se sentia mais aggravado, mas por meo da Rainha Dona
Breatiz, que como virtuosa, e prudente procurou logo antre elles boa
paz, e concordia, vieram logo por Embaxadores a Portugal o dito Dom Payo
Correa Mestre de San-Tiago, de que j� dice, e Dom Martim Nunes, Mestre
da Cavallaria do Templo nos tres Reinos Despanha, e Dom Affonso Garcia,
Adiantado m�r no Reino de Murcia, os quaes pozeram antre elles taes
conven�as, com que perderam todo o dezamor, e escandalo, que antre elles
havia, e ficou assentado, que El-Rei de Portugal livremente, e para
sempre despozesse de todalas terras, e Villas, e couzas do Algarve todo
o que quizesse sem embargo de todalas outras promessas e condi�es que
antre elles fossem postas, salvo da ajuda dos cincoenta Cavalleiros de
que o n�o revelou, e com esto os Embaxadores se tornaram, e acharam
El-Rei de Castella em Badalhouse, que logo enviou suas proviz�es ao dito
Jo�o de Boim, e Pedro Anes seu filho, porque lhe mandou que entregassem
a El-Rei Dom Affonso seu genro todalas Villas e Castellos do Algarve, e
se elle fosse fallecido, que as entregassem a El-Rei Dom Diniz seu
filho, e lhas alevantou com todalas crauzolas, e solenidade, e todo
preito, e menagem, que por quaisquer obriga�es, e couzas do Algarve
tiveram feito a elle, ou a outrem em seu nome, e por Carta asselada
feita em Badalhouse Mercoles dezaseis dias andados de Fevereiro da era
de mil e duzentos e sessenta e sete annos, e sobscrita por o Secretario
Mill�o Paes, que por mandado del-Rei a fez escrever.

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Books | Photos | Paul Mutton | Sun 16th Mar 2025, 14:46