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Page 13
E El-Rei se intitulou logo de primeiramente Rei de Portugal, e do
Algarve, e ao Escudo dos cinco Escudos de Portugal, que seu bisav�
El-Rei Dom Affonso Anriques primeiro tomou, e trouxe elle por titolo, e
posse deste Reino em adeo Orla, e borladura dos Castellos douro em campo
vermelho, como depois at� gora sempre os Reis de Portugal trouxeram, e
trazem, segundo atraz brevemente dice.
CAPITULO XI
_Como El-Rei Dom Affonso de Portugal depois de lhe ser dado o Algarve,
tomou aos Mouros a Villa de Far�o, em que foi em sua ajuda o mestre D.
Payo Correa_
E por El-Rei Dom Affonso n�o estar ouciozo de fazer alguma parte
verdadeira a ten��o com que pedira esta terra, mandou com grande
diligencia preceber a gente de seu Reino, com a qual junta, e para logo
ir ao Algarve, elle a gram pressa se foi a Beja, e da hi a Almodovar do
Campo Dourique, e passou a serra, pelas Corti�adas, e da hi levou seu
caminho direito para a Villa de Far�o, que era do Senhorio de Miramolim,
que era Rei de Marrocos, e tinha a Villa por elle um seu Alcaide m�r,
que chamavam Aloandro, que era seu Alxarife, outro Mouro principal dito
Abombarram, aos quaes para sua seguran�a n�o faleciam dentro grandes
percebimentos de muita gente, armas, e mantimentos, e mais no alcacer da
Villa tinham uma fusta, que por um arco, que era feito no muro a
lan�avam ao mar quando queriam, e nella enviavam seus recados ao seu
Rei, quando delle, e de suas ajudas tinham alguma necessidade, e por
esta cauza, e porque a Villa era mui forte os Mouros della estavam muito
esfor�ados, e com pouco medo dos Christ�os, e o Mestre Dom Payo Correa,
que por prazer del-Rei de Castella era j� Vassallo del-Rei Dom Affonso
de Portugal, sabendo de sua ida o foi com suas gentes aguardar na Villa
de Selir antre Loul�, e Almodovar, e ali se viram, e o Mestre lhe fez
sua devida reverencia, e acatamento, e El-Rei a elle muita honra, com
sinaes de grande amor, porque eram Compadres, e dali com suas gentes
concertadas foram logo cercar a Villa de Far�o, sobre que pozeram fortes
estancias, e repartiram seus ordenados combates por esta maneira, a
saber, o primeiro combate tomou El-Rei para si no alcacer, e um lan�o do
muro da Villa at� a porta, que agora dizem dos _Freires_, e o segundo
combate do Mestre de San-Tiago com toda sua gente, foi desta porta dos
Freires com outro lan�o do muro at� a porta da Villa, e ca um rico
homem, e bom Cavalleiro, que havia nome Pedro Esta�o, mandou El-Rei dar
outro lan�o do muro at� uma terra que depois chamaram _de Jo�o de Buim_,
e a este mesmo Jo�o de Buim, que era pessoa de grande estima, foi dado
outro lan�o desta sua terra at� o alcacer, onde era o primeiro combate
del-Rei.
E al�m destes Capit�es aqui nomeados, eram com El-Rei outros
Cavalleiros, e pessoas mui principaes do Reino de Portugal, a saber, Dom
Fern�o Lopes, Prior do Esprital, e o Mestre Daviz, e o Chan�arel Dom
Jo�o Davinh�o, e Mem Soares, e Jo�o Soares, e Egas Coelho, e outros, e
por estes lugares, e lan�os mandou El-Rei combater a Villa, ca t�o
aturadamente o fizeram, que de dia, e de noite nunca os combates, e
afrontas cessavam, nem davam aos Mouros algum lugar, e repouzo, e porque
perdessem a grande esperan�a, e ajuda, e socorro, que tinham no mar,
El-Rei lha tirou; porque mandou sua frota de Navios grossos estar no
mar, e assi ordenou que no canal do Rio se atrave�assem outros Navios
fortes, e bem armados, e forrados de couros da banda do mar, por tal,
que se por cazo algumas Gal�s de Mouros viessem contrairas, e entrassem
no Rio, que ellas com fogo, ou com outros engenhos n�o denificassem os
Navios dos Christ�os, e desta maneira o Lugar ficou cercado em torno por
mar, e por terra, pelo qual vendo os Mouros que o mar onde tinham o
ponto principal de sua salva��o e socorro era de todo impedido, e
atalhado, e assi n�o podendo j� sofrer os aficados, e perigosos combates
que com grande seu dano sempre recebiam dos Christ�os, e que posto que
bem, e esfor�adamente se defendessem, como faziam, n�o tinham emfim
esperan�a de se salvarem, ouveram por bem commetter partido, a El-Rei
para que sahiram de dentro os sobreditos Alcaides, e Alxarife, que na
Villa eram dos Mouros as maiores cabiceiras.
E andando elles nestre trato sem amostrarem aos do Arraial, que era
acabado, El-Rei foi falando com elles at� o alcacer, onde por concerto
j� antre elles praticado, e prometido, El-Rei foi delles recolhido no
dito Castello com os que elle quiz, que seriam at� dez Cavalleiros, e
como El-Rei entrou, porque assi era corcordado, logo o alcacer foi livre
de todolos Mouros que nelle estavam, e se recolheram para a Villa, e por
mais seguran�a, o alcacer foi logo buscado e despejado por aquelles
Cavalleiros del-Rei, de maneira, que dentro delle n�o ficaram dos Mouros
salvo os sobreditos Alcaides, e Alxarife, e porque El-Rei por cumprir
aos Mouros sua verdade, e para se fazer o trato com mais assecego n�o
deu desta parte ao Mestre de San-Tiago, nem aos outros Cavalleiros, que
tinham os combates, e estes achando menos El-Rei, e sabendo que era
dentro no alcacer, n�o sendo certos de sua vida, e seguran�a, antes
vendo, que contra sua vontade, e por seu mal o retinham, foram por esso
anojados, e por esse cazo foi no arraial feito grande alvoro�o com que
(posposto todo o perigo) determinaram os Christ�os combater a Villa, que
sem embargo da resistencia, e setas, e pedras dos Mouros, que o
contrariaram passaram, e ajuntaram-se com os Mouros, e as gentes do
Mestre trouxeram logo muita lenha, e outros materiaes �s portas da Villa
para com o fogo as queimaram, e entrarem por ellas, e por este dezavizo,
de que n�o sabia a verdade morreram nestes cometimentos, que poderam ser
escuzados muitos Mouros, e mais Christ�os.
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